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Este blog foi produzido com as constribuições dos alunos das turmas de 1ª serie do prof Aurelio Fernandes.

1492 - A Conquista do Paraíso

direção: Ridley Scott

Atores: Gérard Depardieu , Armand Assante , Sigourney Weaver , Loren Dean , Ángela Molina

A viagem de Cristóvão Colombo, que acreditava ser possível atingir "el levante por el poniente", ou seja, o Oriente navegando para o Ocidente, é o cenário épico desse filme de Ridley Scott.

A odisséia de Colombo está presente no filme através do cotidiano desgastante, dos motins da tripulação e de toda incerteza que cercava uma expedição daquela época quanto ao rumo e ao prosseguimento da viagem.

Sem apoio financeiro de Portugal, a maior potência da época, Colombo dirigiu-se à Espanha e associou-se aos irmãos Pinzon, recebendo ainda uma ajuda dos reis católicos Fernando de Aragão e Isabel de Castela. Com uma nau (Santa Maria) e duas caravelas (Pinta e Nina), o navegador de origem controversa (genovês ou catalão) partiu do porto de Palos em 3 de agosto de 1492 fazendo escala nas ilhas Canárias para reparo de uma das embarcações. Em 12 de outubro do mesmo ano avistou a ilha de Guanani (atual São Salvador). Sem duvidar que estava no Oriente, realizou ainda mais quatro viagens, tentando encontrar os mercados indianos.

O filme focaliza também espírito vanguardista de Colombo, suas negociações com a coroa espanhola e a tentativa de estabelecer colônias na América, retratando até a velhice, aquele que é considerado um dos navegantes mais ousados de sua época.

CONTEXTO HISTÓRICO

A viagem de Cristóvão Colombo insere-se no cenário da expansão ultramarina liderada por Portugal e Espanha entre os séculos XV e XVI, constituindo-se em um dos principais acontecimentos na passagem da Idade Média para Idade Moderna. Assim, para compreende-la, é necessário inseri-la no quadro das transformações por que passou a Europa na Baixa Idade Média (século XII ao XV), durante transição do feudalismo para o capitalismo comercial. O desenvolvimento do comércio monetário associado à projeção da burguesia, que aliada ao rei, irá promover a formação dos Estados Nacionais, são as principais transformações estruturais para consolidação do Antigo Regime europeu.

Nesse contexto a expansão marítima européia visava atingir as Índias (terra das valiosas especiarias), para atender as necessidades de ampliação dos mercados europeus afetados pela crise do século XIV ("guerra, peste e fome"), bem como, para eliminar o monopólio comercial italiano no Oriente. Com a conquista de Constantinopla pelos turcos em 1453, os preços das especiarias orientais elevaram-se bruscamente, o que incentivou ainda mais a busca de um novo caminho marítimo para as Índias.

Resumo

1. Conceito


* Também chamada de Grandes Navegações , foi um movimento que ocorreu na Europa, a partir do séc. XV, quando países europeus – liderados por Portugal e Espanha – lançaram-se na conquista dos mares.

2. Causas

* Catequese: a Igreja Católica desejava conquistar novos fiéis para compensar as perdas na Europa.

* Tecnologias: alguns inventos, como bússola , astrolábio e a caravela tornavam as viagens mais seguras.

* Especiarias : temperos como canela, cravo e pimenta-do-reino custavam caro na Europa e foram uma das principais causas da expansão marítima.

3. Rotas das especiarias

* As rotas mais conhecidas para buscar especiarias eram a rota por terra ou via Mar Mediterrâneo .

* A rota por terra era dominada, geralmente, pelos árabes. Além disso, o percurso era muito grande, o que desestimulava a burguesia.

* A rota pelo Mar Mediterrâneo era dominada pelos italianos – especialmente de Gênova e Veneza.

* Cabia aos portugueses buscar uma rota alternativa. A escolha foi o Oceano Atlântico .

5. Riscos (reais) de navegação

* Além das crenças e superstições da época, os navegadores enfrentavam outras ameaças.

* Problemas como fome, sede, doenças, tédio e tempestades ofereciam perigos reais.

* Desta forma, das embarcações que partiam, poucas retornavam.

6. (Alguns) navegadores portugueses

* Bartolomeu Dias : chegou ao sul da África em 1488, no local denominado Cabo das Tormentas. Este local foi, futuramente, denominado Cabo da Boa Esperança.

* Vasco da Gama : primeiro navegador a atingir a Índia, em 1498. Trouxe um grande carregamento de especiarias.

* Pedro Álvares Cabral : veio ao Brasil, em 1500, antes de seguir até a Índia. A idéia predominante hoje é que esta vinda ao Brasil foi intencional.
 
7. (Alguns) navegadores espanhóis


* Cristóvão Colombo : era genôves, mas navegou em nome da coroa espanhola. Propôs a chegada na Índia navegando em sentido Oeste, mas acabou alcançando a América, em 1492.

* Fernão de Magalhães : era português, mas navegou pela Espanha. Comandou a expedição que efetuou a primeira circunavegação do planeta, partindo em 1519.

* Hernán Cortés : conquistou o Império Asteca, em 1519, no atual México.

* A Espanha entrou atrasada em relação à Portugal na conquista dos mares, pois estava expulsando os mulçumanos de seu território, na chamada Reconquista .

8. A divisão do mundo...

* Para dividir as terras conquistadas (Novo Mundo) entre Portugal e Espanha, foram criados dois documentos:

* Bula Intercoetera : foi assinada em 1493, pelo papa Alexandre VI, e dividia as novas terras através de um meridiano situado a 100 léguas da ilha de Cabo Verde. Portugal não se beneficiava com esta divisão, e exigiu um novo documento.

* Tratado de Tordesilhas : foi assinado em 1494, por pressões de Portugal. Estabelecia um meridiano situado a 370 léguas a partir da ilha de Cabo Verde.

* Estes documentos foram questionados por outros países europeus que não participaram desta divisão.

AS CARAVELAS

A caravela foi uma embarcação usada e inventada pelos portugueses e também usada pelos espanhóis durante a Era dos Descobrimentos, nos séculos XV e XVI. Segundo alguns historiadores, o vocábulo é de origem árabe carib (embarcação de porte médio e de velas triangulares — velame latino). Existem historiadores que defendem que a origem da palavra seria carvalho, a madeira usada para construir as embarcações. A caravela foi inventada e aperfeiçoada durante os séculos XV e XVI. Os Turcos dominaram e invadiram a cidade de Constantinopla. Com isso provocaram uma crise económica e comercial. A caravela tinham no mínimo 44 tripulantes. As dimensões máximas eram de cerca 30 metros de altura e comprimento. A caravela é uma embarcação rápida, de fácil manobra, apta para a bolina, de proporções modestas e que, em caso de necessidade, podia ser movido a remos. Eram navios de pequeno porte, de três mastros, um único convés e ponte sobrelevada na popa; deslocavam 50 toneladas. As velas latinas (triangulares) permitiam-lhes bolinar (ziguezaguear contra o vento) e, consequentemente, explorar zonas cujo regime dos ventos era adverso. As velas eram duas vezes maiores que as das nau, o que as torna mais rápidas. Apetrechada com artilharia, a caravela transformou-se mais tarde em navio mercante para o transporte de homens e mercadorias.

Gil Eanes utilizou um barco de vela redonda, mas seria numa caravela (tipo carraca) que Bartolomeu Dias dobraria o Cabo da Boa Esperança, em 1488. É de salientar que a caravela é uma invenção portuguesa, feita a partir dos conhecimentos que haviam adquirido dos árabes ou muçulmanos.

Se bem que a caravela latina se revelou muito eficiente quando utilizada em mares de ventos inconstantes, como o Mediterrâneo, devido às suas velas triangulares, com as viagens às Índias, com ventos mais calmos, tal não era uma vantagem, já que se mostrava mais lenta que na variação de velas redondas. A necessidade de maior tripulação, armamentos, espaço para mercadorias fê-la ser substituída por navios mais potentes

Astrolábio, instrumento fundamental para as longas viagens marítimas.


Como funciona o astrolábio?


Conheça o instrumento usado pelos grandes navegadores para se orientar no meio do oceano

Este problema foi estudado pelos gregos na Antiguidade, que observavam os objetos que mais bem poderiam ser utilizados como referências em alto mar: o Sol e as estrelas. Para isso, eles criaram o astrolábio náutico.

Com a expansão marítima – as viagens para conquistar novos territórios –, esse instrumento – mais elaborado pelos europeus – foi utilizado pelos condutores das grandes embarcações, como as naus e caravelas que cruzaram o oceano e chegaram ao Brasil.

O astrolábio náutico era formado por um disco de latão. Em sua borda existia um contorno graduado – como nos transferidores que usamos nas aulas de matemática e desenho – e no meio do círculo, uma mediclina, algo semelhante a um ponteiro, que girava em torno do centro da roda e no qual existiam furos pelos quais entrava a luz do Sol.

Para o bom funcionamento do astrolábio náutico, a posição no mar era calculada a partir da medida da altura em que o Sol – ou uma estrela – se encontrava. Por exemplo: olhando pelo buraco do ponteiro à noite media-se o ângulo entre o plano horizontal e a linha entre o observador e a estrela. Era preciso, também, consultar uma tabela astronômica para verificar a variação desse ângulo a cada dia do ano. Só assim, era possível determinar a latitude, isto é, de quanto o navio estava afastado do Equador. Para saber o quanto havia se deslocado no sentido leste-oeste, era necessário, ainda, medir a distância percorrida, sabendo antes a velocidade do navio.

Não parecia ser uma tarefa muito fácil. Logo, astrolábios modernos surgiram e foram utilizados pelos grandes navegadores. Eram instrumentos mais completos, que permitiam, também, medir as distâncias com precisão, sem a necessidade de consultar qualquer tabela. Assim, conquistar grandes distâncias mar adentro se tornou mais fácil.

Alberto Passos Guimarães
Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas

Primeiro mapa a registrar o novo continente com o nome "América", em 1507.

Aula de expansão Européia



AS GRANDES NAVEGAÇÕES DO SÉCULO XV

Este video apresentado e elaborado pelo professor Licio mostra AS GRANDES NAVEGAÇÕES DO SÉCULO XV




O caminho marítimo para a Índia

O vídeo a seguir mostra a descoberta do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama.